segunda-feira, 27 de junho de 2011

BATATA: A VILÃ DA DIETA

Pesquisa mostra que o alimento influencia diretamente no ganho de peso



A todo momento, a ciência descobre os benefícios ou malefícios de algum alimento. Dessa vez, foi a batata quem recebeu o título de mais nova vilã da dieta. Uma pesquisa feita na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, mostrou que o consumo regular do tubérculo resulta num ganho de até 450 gramas de gordura, no final de dois anos. E não tem muito para onde fugir: seja frita, cozida ou assada, a batata tem efeito sobre a insulina presente no nosso corpo, que gera esse acúmulo de peso a longo prazo.

Por outro lado, a mesma pesquisa mostrou alguns alimentos que ajudam a perder peso, como nozes e iogurte. O derivado do leite evita o ganho de 450 gramas de gordura em quatro anos, se balanceado com dieta e exercícios físicos. O mesmo vale para as nozes, que ajudam a ficar livre de pelo menos 200 gramas a mais de peso. Cada porção extra de fruta na dieta do dia a dia evita um ganho de 100 a 200 gramas de gordura.


A pesquisa usou dados de 120 mil pacientes com 30, 40 e 50 anos, coletados por mais de 20 anos, para mostrar como a combinação de alimentação, ingestão de bebidas, exercícios e outros hábitos afeta no ganho ou perda de peso. Os pesquisadores afirmam ainda que, embora crucial, a contagem das calorias dos alimentos não é o único fator determinante, mas também a composição química deles e a forma como são processados pelo organismo.

Fonte: Bolsa Mulher

sexta-feira, 24 de junho de 2011

PILATES: CORPO MALHADO SEM MUSCULAÇÃO

De uma barriga mais definida ao autocontrole, passando por músculos firmes, fortes e alongados, ótima postura, articulações mais saudáveis, melhor capacidade de respiração e maior tolerância ao stress. Ufa! Não é à toa que o pilates conquista novas adeptas a cada dia





MOVIMENTOS ELEGANTES

Respire e solte todo o ar, sentindo seu abdômen encolher ao máximo — como se o umbigo fosse colar nas costas — e as costelas fechando em direção ao centro. Sua barriga fica retinha, a cintura afina. Pena que dure só até a próxima respiração! Você pode, porém, preservar esse momento mágico para sempre ao praticar o pilates, um método de condicionamento físico criado na Alemanha na década de 20. Seja nos aparelhos inventados por Joseph Pilates — estruturas de madeira e metal, com molas e tiras de couro — como nos movimentos feitos no chão — técnica conhecida por mat pilates —, os músculos são trabalhados duplamente, ou seja, são tonificados e alongados ao mesmo tempo, mas dentro do limite de cada praticante.

“Os corpos treinados pelo método são fortes, alongados, flexíveis e saudáveis. A postura melhora muito e os movimentos se tornam elegantes”, garante Alice Becker, instrutora e proprietária do Physio Pilates, estúdio em Salvador (BA). “Lembro de uma ex-aluna que dizia que tinha a sensação de estar percorrendo um salão de baile com roupas fluidas, ainda que estivesse atravessando a faixa de pedestre”, conta Alice.

Para quem não gosta do ambiente agitado das academias, pilates é ideal, pois permite um corpo malhado sem puxar ferro. Esse é o caso de Tatiana Tiepolo, que pratica no estúdio Physio Sport Pilates, em São Paulo (SP). “Além de músculos mais firmes e bem desenhados, melhorei a postura”, diz ela.
De uma barriga mais definida ao autocontrole, passando por músculos firmes, fortes e alongados, ótima postura, articulações mais saudáveis, melhor capacidade de respiração e maior tolerância ao stress. Ufa! Não é à toa que o pilates conquista novas adeptas a cada dia


SILHUETA NOVA EM 3 MESES

O relato de Tatiana poderia ser multiplicado por 1200, número de alunos de Teresa Camarão, proprietária de dez estúdios no Rio de Janeiro, cinco deles abertos no ano passado. “A técnica dá resultados rápidos e duradouros, por isso está despertando tanto interesse”, diz Teresa. Segundo ela, em dez seções já dá para sentir diferença na flexibilidade. Em três meses, os músculos estão mais definidos e o condicionamento físico tem uma melhora significativa. “A mulher passa a conhecer seu corpo. Percebe seus limites, mas consegue vencê-los, desenvolvendo o autocontrole”, conta.

Tanto em aparelhos como no solo, o pilates é uma ginástica livre de impacto e que respeita a individualidade. “Os aparelhos servem para posicionar as alunas iniciantes e, ao mesmo tempo, para desafiar as experientes. Em grau avançado, por exemplo, a ginástica pode ser feita em um trapézio acoplado a um dos aparelhos”, diz Vany Giannini, fisioterapeuta e sócia-proprietária do Physio Sport Pilates. No solo, os exercícios exigem ainda mais da praticante, que tem de controlar sozinha o seu corpo. “O trabalho, porém, também pode ser facilitado com o uso de equipamentos como bolas e elásticos”, fala Sandra Tófoli, professora de pilates da academia Fórmula, de São Paulo.

Por dar ênfase à correção postural e ao bom alinhamento das articulações, o método é indicado também para o tratamento de lesões na coluna, joelhos e ombros, entre outras. Ana Paula Browne rompeu os ligamentos dos joelhos ao acidentar-se na Austrália. De volta ao Brasil, passou a se tratar com uma fisioterapeuta especializada na técnica. “Para minha surpresa, não tive que operar os joelhos”, relata Ana Paula, que é aluna do Centro de Ginástica Postural Angélica (CGPA), em São Paulo.



ABDÔMEN FORTE COMANDA O CORPO

A base do método é o centro de força, composto principalmente pelos músculos do abdômen, região lombar, quadris e glúteos. O centro de força permanece contraído, dando sustentação para movimentação solta, fluida, das pernas e braços. “Temos que controlar o centro de força durante toda a aula, pois é ele que mantém estável a coluna vertebral, evitando lesões”, explica Alexandre Von Ajs, coordenador de pilates da Velox e professor da Estação do Corpo, academias no Rio de Janeiro (RJ).

“Para fazer os movimentos, a aluna tem que estar atenta, concentrada. Por isso, dizemos que a mente também está presente na ginástica”, diz Cristina Abrami, instrutora e sócia-proprietária do CGPA. “Com o treinamento, o cérebro registra as informações e a postura exigida para os exercícios é assimilada automaticamente no dia-a-dia. A barriga fica lisinha e a cintura afinada para o resto da vida”, garante a professora, lembrando também que o posicionamento correto da coluna protege de lesões e dores. Mulheres que já malham estão procurando o método para trabalhar o abdômen, como é caso de Valeska Praxedes, atriz e modelo paulistana de 29 anos que tem aulas de mat pilates na Fórmula. “Fiquei impressionada, até minha cintura afinou”, conta.



PRÁTICA MEXE COM AS EMOÇÕES

Segundo Pilates, que estudou técnicas orientais como a ioga para desenvolver seu método, o centro de força controla não só os movimentos do corpo como as emoções. “A adepta fica mais centrada, nos dois sentidos, físico e mental”, diz Cristina Abrami. Outro fator que interfere no bem-estar é o controle da respiração, fundamental para manter a postura durante os exercícios. “A respiração adequada também ajuda a combater o stress, pois acalma a mente e controla a agitação”, fala Vany Giannini. “Fiquei mais tranqüila e equilibrada, não me irrito com qualquer coisa”, confirma Luciana Fortes, 28 anos, funcionária pública que treina no Physio Sport Pilates, em São Paulo.



PILATES ESTAVA À FRENTE DO SEU TEMPO

Visionário e autodidata, Pilates nasceu em 1880, na Alemanha, com vários problemas de saúde, entre eles o raquitismo. Inconformado com sua condição física, passou a pesquisar técnicas de ginástica para desenvolver seu corpo. Os estudos levaram à criação de seu método, uma mescla de técnicas orientais, que privilegiam o alongamento, a concentração e a interiorização, e ocidentais, que enfatizam a construção de músculos. Para garantir a execução dos movimentos, ele criou aparelhos de apoio (foto abaixo). Em 1923, partiu para Nova York e abriu um estúdio para aplicar seu método. Seus clientes eram sobretudo os bailarinos com lesões provocadas pela dança. Quando morreu, em 1968, cinco discípulos levaram o método para outras cidades dos EUA. A técnica, porém, só se popularizou nos anos 90, quando as pessoas passaram a procurar um trabalho diferenciado de corpo, que propiciasse resultados estéticos mas não prejudicasse a saúde.


FONTE: Revista Boa Forma

segunda-feira, 20 de junho de 2011

FLEX-BAND


Este acessório feito de silicone tem um formato de faixa e pode ser utilizado tanto no solo quanto em conjunto com todos os equipamentos de Pilates. Em alguns exercícios adiciona resistência, ou seja, acrescenta mais desafio para o aluno e em outros exercícios proporciona assistência, ou seja, ajuda na realização. Pode ser utilizado tanto para membros superiores e inferiores quanto em mobilização de coluna.

Contribui muito para criar consciência corporal em iniciantes na prática e ao mesmo tempo adicionar mais desafios de força e resistência para alunos mais avançados e que estejam a bastante tempo familiarizados com a técnica.

É um acessório fácil de levar a qualquer lugar e fácil de manusear durante a prática do Pilates também.

Compõe um dos acessórios utilizados no curso de formação de Mat (solo) da STOTT PILATES.

Vejamos alguns exercícios que podem utilizar o Flex band. No MEIO ROLAMENTO PARA TRÁS, por exemplo, o acessório pode facilitar a execução do movimento, pois suporta o peso do corpo facilitando o trabalho dos abdominais para um aluno iniciante que ainda esteja aprendendo a controlar a força do próprio corpo. POSIÇÃO INICIAL: Sentado, joelhos levemente flexionados, pernas aduzidas ou abduzidas na distância do quadril e pés completamente apoiados no colchonete. Pelve vertical. Coluna flexionada para frente por cima das pernas. Braços alongados a frente e segurando o flex band, topo da cabeça em direção aos dedos das mãos. Escápulas estabilizadas. Passe o flex band em torno dos pés e segure com as mãos nas extremidades.

Para preparar, inspire e depois expire e mantenha a flexão da coluna e role as EIAS para longe da porção anterior dos fêmures e segurando o flex band, role para trás até onde a flexão da lombar e o abdome plano possam ser mantidos e o flex band segure o posicionamento do corpo. INSPIRE role para frente, até a posição inicial. O flex band pode perder um pouco de tensão.

No próximo exercício, podemos ver como o flex band pode acrescentar resistência muscular. Posição inicial: Sentado com as pernas cruzadas, pelve e colunas neutras. Braços alongados a frente na altura dos ombros e segurando a flex band. Inspire para preparar e expire puxando a flex band e afastando os braços para a lateral até onde a estabilidade das escápulas e da caixa torácica possa ser mantida. Inspire retornando e controlando a resistência do acessório.

Autora:

Letícia Toledo Roverci

quarta-feira, 8 de junho de 2011

PILATES PARA GESTANTES

PILATES NO PÓS-NATAL

A gravidez é uma das mais maravilhosas e conturbadas experiências pelas quais uma mulher pode passar, se não, a maior de todas. Junto a uma criança, nasce um vínculo, um amor incondicional e super-protetor. E ainda mais: as transformações físicas, mudanças de rotina e prioridades também acompanham esta nova fase da vida da mulher.

“Ter um bebê faz com que não tenhamos tempo para nós mesmas. A maior parte do nosso tempo está concentrada neles, nossos filhos. Horas trocando fraldas, levantando e segurando nossos bebês… Esses movimentos alteram nosso corpo e nossa postura” afirma Michelle Starlin, bailarina, professora de Pilates e mãe de dois filhos.

A grande maioria das mulheres tem a sensação de descontentamento com o seu corpo, após darem a luz ao bebê. E apesar disso, a insegurança e a ilusão de estão “abandonando” seus filhos, faz com que as mamães tenham receio em retomar sua rotina de exercícios.

Para as mamães que já praticavam Pilates, saibam que muitos dos exercícios são excelentes para o pós-natal e que podem ser praticados em casa!

Antes, é importante se certificar com o médico de que é possível voltar às atividades físicas – parto normal e cesariana tem tempos diferentes de recuperação. Exercícios realizados até a exaustão não devem ser feitos. Isso pode prejudicar a qualidade da produção do leite.
Um exemplo de exercício que pode ser praticado com segurança, é mover os ombros em movimentos circulares e em ambos os sentidos, para ajudar a aliviar a tensão associada à amamentação. O Pilates trará diversos benefícios como este e que contribuirão para a total recuperação do pós-parto:

• Recuperação do assoalho pélvico, abdominal e músculos da coluna vertebral;
• Ele fornece uma maneira para o corpo a recuperar a força;
• Treinamento dos músculos para a recuperação das grandes mudanças experimentadas durante a gravidez;
• Melhora da postura – que sofreu durante a gravidez e continuará sofrendo devido às posições assumidas na hora de carregar e amamentar o bebê;
• Prepara o corpo para para exercícios de aeróbica e outros mais intensos;
• Ajuda com a recuperação da diástase dos retos (separação abdominal).


Fonte: Revista Pilates

domingo, 5 de junho de 2011

A BIOMECÂNICA DOS DESEQUILÍBRIOS MUSCULARES


Imagem: Internet

Artrose, escoliose e hérnia de disco são alguns dos maus do século XXI que atingem uma grande parcela da população mundial, sem poupar os mais novos ou os mais velhos. São situações clínicas responsáveis por quadros limitantes ou incapacitantes, os quais afetam severamente a qualidade de vida de um indivíduo. Diante dessa realidade, é necessário questionar qual a origem desses distúrbios. De fato, causas exatas não podem ser atribuídas a grande maioria dos casos, isto porque, normalmente diversos fatores podem estar envolvidos. Dentre um destes fatores, pode-se destacar o impacto dos desequilíbrios musculares nas articulações e estruturas adjacentes.

Os desequilíbrios musculares tornaram-se grande alvo de estudos e discussões dentro da Medicina Desportiva, como prováveis responsáveis pelo alto índice de lesões entre os atletas. Porém, boa parte dos estudos que se propõem a discutir o assunto não apresentam fundamentação científica (Klee et al, 2004).

Sabe-se que a estabilidade corporal, responsável pelo alinhamento do corpo, é diretamente ligada ao controle do Sistema Nervoso Central (SNC), pelo feedback sensorial das estruturas osteoligamentares e pelo controle da musculatura ativa. Logo, qualquer disfunção em um desses fatores vai promover instabilidade, a qual será compensada pelo corpo de alguma forma. Uma dessas formas é causando um desequilíbrio entre músculos (Liebenson & Lardner, 1999). De modo que os músculos que são mais utilizados, seja em tarefas do dia-a-dia, seja por práticas esportivas, tornam-se mais fortes e mais encurtados. Por conseqüência, ocorre um enfraquecimento e estiramento dos músculos antagonistas (Christensen, 2000).

O desequilíbrio muscular pode ser explicado pela diferença de força e flexibilidade entre grupos musculares que atuam sobre uma mesma articulação, isto é, ocorre quando determinado grupo muscular apresenta-se mais forte e/ou mais tensionado do que seu respectivo antagonista (Kollmitzer et al, 2000; Klee et al, 2004; Liebenson & Lardner, 1999).

O desequilíbrio pode ser fator causador ou estar associado a diversos fatores, como: uso inadequado, repetição excessiva, má postura, postura antálgica, patologias articulares, patologias musculares, contraturas ou aderências, déficits neurológicos, desuso ou atrofia, prática indiscriminada de atividades esportivas, dentre outras (Stokes, 2000).

Como fator causador, os desequilíbrios ocorrem, basicamente, pela promoção de um desalinhamento postural por alterar o posicionamento das estruturas ósseas ao aproximar origem e inserção (encurtamentos); ou promover sobrecargas excessivas em determinadas articulações ou parte delas, ligamentos e outras estruturas, podendo causar lesões agudas ou crônico-degenerativas (Kendall, 1995).

Como fator secundário, pode ocorrer como conseqüência de uma lesão inicial. Nesse caso, destacam-se as lesões traumáticas e as neurológicas que podem facilitar ou inibir as contrações musculares de determinados músculos, como, por exemplo, é o caso da espasticidade que atinge grupos musculares predominantes, inibindo a reação de seus antagonistas (Stokes, 2000).

Alguns grupos musculares apresentam uma predisposição natural ao encurtamento. Embora não exista uma explicação para isso, acredita-se que exista correlação com a posição fetal. Dentre os músculos que sabidamente tendem ao encurtamento, destaca-se: eretores espinhais, quadrado lombar, tensor da fáscia lata, piriforme, retofemural, gastrocnêmio e sóleo, peitoral maior, trapézio superior, elevador da escápula, esternocleidomastóideos, e escalenos; enquanto seus antagonistas diretos tendem ao estiramento (Stokes, 2000).

O processo de instalação de um desequilíbrio muscular, normalmente, não é perceptível ao indivíduo até que suas conseqüências comecem a se manifestar, normalmente em forma de quadros álgicos e/ou deformidades. E, levando-se em consideração o complexo de cadeias musculares que compõem o corpo humano, o processo será seguido de uma série de compensações locais e a distância, transformando o problema inicial em complexo processo de reabilitação postural (Moraes, 2002).

De forma simplificada, pode-se dizer que o tratamento dos desequilíbrios consiste em promover um reequilíbrio das cadeias musculares alongando o que está encurtado e fortalecendo o que está fraco. Vale ressaltar, porém, que o equilíbrio fisiológico de forças não é necessariamente o mesmo valor entre os grupos musculares.

Autora: Brena Guedes de Siqueira Rodrigues – Fisioterapeuta

Fonte: Revista Pilates

quarta-feira, 1 de junho de 2011

FITNESS E A TÉCNICA DO PILATES


Imagem: STOTT PILATES™


A prática da atividade física evoluiu com a própria evolução do homem. O homem primitivo passou a lutar, caçar e fugir a fim de preservar a sua existência. Assim o homem à luz da ciência executa os movimentos corporais mais básicos desde que se colocou ereto: corre, arremessa, salta, tem relações sexuais, empurra, puxa, etc.

Existem alguns fatos históricos no decorrer da civilização humana que talvez explique, em parte, a falta de exercícios específicos para melhorar a mobilidade da coluna vertebral na Educação Física. Durante o Império Romano e toda a idade média, os exercícios físicos ficaram restritos à função militar, incluindo, também, a caça e os torneios. A queda do Império Romano, por exemplo, foi muito ruim para a evolução da Educação Física, principalmente com o crescimento do Cristianismo que, por sua vez, perdurou por toda a Idade Média, pois o culto ao corpo era considerado pecado, passando a ser cada vez mais reprimidos devido à comunidade altamente puritana não ver com bons olhos a atividade física. (Costa, 1998).

Os exercícios beneficiados pela redescoberta dos valores gregos voltaram a despertar interesse maior só com o Renascimento. Mesmo assim, a ginástica como esporte, como conhecemos hoje, só se desenvolveu na Europa em meados do século XVIII. Mas só em 1829, na França, foi oficializada a atividade física denominada Ginástica Calistênica, sendo esta considerada precursora do Fitness. A Ginástica Calistênica revolucionou a atividade física do século XIX. Um dos pontos marcantes dessa modificação foi que essa modalidade passou também a incluir crianças, mulheres, obesos e idosos, onde antes eram excluídos. (Castellani, 1998).

A medida em que essa modalidade de ginástica foi evoluindo, era dada cada vez mais importância aos exercícios para os segmentos dos membros superiores e membros inferiores; enquanto que, a mobilidade da coluna vertebral era totalmente negligenciada.
Quando o fitness surgiu na década de 80 houve a mesma linha de trabalho da Ginástica Calistênica, mantendo até a tendência de corpos musculosos, sem mobilidade de coluna vertebral, dando continuidade a essa idéia até os dias atuais. Os profissionais de Educação Física começaram a se preocupar com a mobilidade da coluna em alunos praticantes de fitness, a partir das comparações realizadas com outras modalidades corporais, em especial o Pilates.

A técnica de Pilates apresenta uma grande importância tanto para os profissionais que trabalham com a abordagem corporal quanto para os alunos que realizam os exercícios. Esse método foi baseado em diversas atividades (Yoga, mergulho, esqui, natação, boxe, etc) devido ao criador, Joseph Pilates, dessa arte apresentar afecções osteomioarticulares quando criança. Ele tinha um propósito de melhorar a sua forma debilitada através do condicionamento físico, trabalhar o corpo da mesma maneira que uma pessoa sadia. (Brito, 1997).

Apesar da técnica de Pilates ter quase um século de existência, só na década de 80 o sistema passou a ser utilizado pelos bailarinos, que começaram devido à técnica adquirir uma grande eficácia na recuperação de lesões. A exemplo do que aconteceu na Educação Física, a mobilidade da coluna vertebral também foi negligenciada na Dança. Preocupados em executar movimentos sempre muito amplos, os bailarinos acabaram com a mobilidade da coluna vertebral prejudicada. Apenas alguns exercícios são ministrados em aulas de dança para a manutenção da mobilidade segmentar da coluna. Um dos estudos mais interessantes acerca da técnica de Pilates foi realizado pelo fisioterapeuta americano Brent Anderson. Criador do método Polestar Pilates, chegou à conclusão que o Pilates deve ocorrer mobilidade da coluna vertebral em todas as direções onde os movimentos intersegmentares poderão auxiliar na manutenção da postura adequada.

Os movimentos articulados da coluna acabam por ativar o Centro de Força (Powerhouse), fazendo um bom suporte estrutural. (Lobato, 2004). Por enfatizar bastante o trabalho em torno do controle do centro de força, há uma maior facilidade na realização dos movimentos desejados, pelo meio da fluidez dos movimentos, da suavidade do gesto corporal e da leveza, permitindo que todas as partes do corpo trabalhem com segurança, consentindo, assim, uma boa mobilidade da coluna vertebral.

Enfim, o método de Joseph ostenta o propósito de harmonizar o corpo, independente da idade ou condição física. As vértebras se mobilizam através da compressão e deformação dos discos, e deslizamento dos ligamentos. A coluna vertebral faz movimentos de extensão, flexão, rotação e inclinação. A flexibilidade é a sua principal característica. As vértebras da coluna vertebral se articulam de modo a conferir, além de flexibilidade, estabilidade para a função de mobilização, postura e equilíbrio do tronco. (Aguiar, 1997).

Autor: Fernando Barbosa – Educador Físico